As formas orgânicas têm linhas curvas, predominância de ângulos arredondados. Neste conceito, sofás, mesas, bancadas, espelhos, marcenaria e muitos outros elementos podem ser usados na composição de espaços onde a fluidez e a sensação de continuidade fazem com que o estilo orgânico venha, cada vez mais, ganhando adeptos.
Um dos principais desafios da arquitetura contemporânea é criar ambientes atemporais, versáteis, práticos e alinhados às tendências globais. O orgânico, e sua estreita ligação com o natural, apresenta-se como uma alternativa para costurar essas demandas e resultar em projetos harmônicos, funcionais e inclusivos.
Quando o assunto é a criação de ambientes para uso comum, sua concepção deve atentar-se para o uso de materiais, texturas e superfícies que sejam universais e estejam aptas a dialogar com a diversidade de público com a qual provavelmente irão se deparar. Como resultado, os espaços devem ser confortáveis e, sobretudo, proporcionar sensações de acolhimento, bem-estar e segurança.
Por outro lado, e também mostrando-se como uma tendência — principalmente a partir de 2020 — muitos universos vêm sendo reduzidos à vivência dentro de casa. Para onde a prioridade é o aconchego, peças com texturas naturais, revestimentos que remetem a madeiras, pedras ou com relevos que denotam elementos da natureza, agregam-se perfeitamente à composição de uma atmosfera intimista, proporcionando uma experiência sensorial e convidativa.
A dicotomia entre a tranquilidade requerida pelo descanso e a energia inerente ao trabalho, desfrutada e realizada no mesmo lugar, encontra nas formas orgânicas uma possibilidade real.
A inclinação rumo ao natural parece ser um caminho sem volta e, para criar o equilíbrio entre pessoas e natureza, a arquitetura e o design aparecem como vetores para possibilitar essa experiência, independentemente do ambiente. Assim, ao lançar mão das formas orgânicas, que além da fluidez e do menor rigor, podem denotar leveza, alívio, descompromisso com a simetria e um aceno ao imperfeito.
Em tempos acelerados, muito bem-vindos nos espaços — e na vida.
